quarta-feira, 24 de março de 2010

Tesouro escondido

O reino dos Céus é semelhante a um tesouro oculto no campo, o qual certo homem, tendo-o achado, escondeu. E, transbordante de alegria, vai, vende tudo o que tem e compra aquele campo. Mateus 13:44
Nos tempos antigos havia estabelecimentos bancários, como a parábola dos talentos deixa claro, mas ao que tudo indica este não era um lugar seguro. Os próprios rabinos da época diziam que o lugar mais seguro para guardar o dinheiro era a terra. A maioria das moedas antigas, que atualmente podem ser vistas nos museus, foram preservadas desta maneira.
Isto é compreensível, especialmente se considerarmos que o palco desta parábola de Jesus era a Palestina, o lugar mais disputado por guerras e conflitos que qualquer outro no mundo, mesmo hoje. E quando a guerra ameaçava engolfar a população, era comum que eles escondessem seus valores na terra, antes de fugir, na esperança de que um dia pudessem voltar e recuperá-los.
O historiador Thomson conta o caso de um tesouro descoberto na cidade de Sidom. Há naquela cidade uma famosa avenida de acácias. Um dia, alguns operários estavam cavando um jardim, naquela avenida, quando acharam vários potes de cobre cheios de moedas de ouro, de Alexandre o Grande e de seu pai Felipe. Esses operários pretendiam guardar esse tesouro para eles. Mas havia tantas moedas, e eles ficaram tão eufóricos, que o governo local ficou sabendo da descoberta e exigiu a entrega do tesouro.
Tanto a parábola do tesouro escondido como a da pérola de grande valor apresentam um quadro interessante e diferente do reino de Deus. Depois de ensinar, repetidas vezes, que a salvação é gratuita, Jesus, de repente, nos diz que o reino dos céus precisa ser comprado. Como se explica isto?
Se você tentar dar alguma coisa a uma criança que está com as duas mãos cheias, ela ficará sem saber o que fazer, mas finalmente perceberá que não poderá receber o presente se não largar alguma coisa. Assim é com o reino de Deus. Não importa o que você tem ou no que deposita sua confiança, precisa deixar isso em segundo plano para receber o tesouro do reino dos céus.
A parábola, portanto, apresenta uma aparente contradição: o reino dos céus é gratuito, mas custa tudo o que temos. O Céu é de graça, mas custa todo o nosso amor. Se não abrirmos mão dos nossos mais acariciados tesouros, que não são mais do que bagatelas em comparação com o que Deus tem a nos oferecer, não poderemos receber Seu presente.

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