sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Duvidas sobre o mal, milagres e livre-arbítrio

Certa vez, quando perguntaram a Jesus quem havia pecado, Ele respondeu que o homem nascera daquele jeito [cego] para ser manifestar a glória de Deus. Ou seja, Deus colocou o problema apenas para se manifestar a glória dEle? É Deus quem coloca a dor, a doença, para, depois, curar ou matar? Jesus disse coisas como: “Não se preocupem com o dia de amanhã.” Mas Ele Se preocupou tanto que chegou a suar sangue! Outra coisa que me incomoda é a respeito de milagres, da probabilidade matemática. Cálculo simples: dois milhões de pessoas têm câncer, duas são curadas do nada. Milagre? Matematicamente falando, sim. Mas milagres acontecem aos que não são cristãos também... Mas o que mais me incomoda mesmo é sobre o livre-arbítrio. Como entender isso? – J.
Prezado J., primeiramente, entendo que não podemos simplificar tanto assim uma realidade que é muito mais complexa. Assuntos como livre-arbítrio, determinismo, milagres, etc. não podem ser resolvidos numa frase, num parágrafo e talvez nem mesmo em milhares de páginas. Fé não é confiar no que não vemos? Não é ter certeza do que esperamos? (Hebreus 11:1).
Certas expressões bíblicas não podem ser entendidas fora de seu contexto (o pensamento e a cultura judaico-oriental). Para os judeus, Deus era responsável por aquilo que Ele não impedia. Ex.: Foi Deus quem endureceu o coração de faraó ou foi o próprio faraó, com a permissão de Deus, já que Ele não força a vontade de ninguém? Assim, o cego de nascença nasceu assim por uma fatalidade deste mundo de pecado (como tantos outros nascem com tantos outros problemas). Mas, no caso dele, uma maravilha seria operada porque ele creu no Senhor. Como ocorreu com Jó, muito tempo antes, esse cego teria a honra de representar bem o caráter e as obras de Deus. Isso deve ser entendido à luz do grande conflito e levando em consideração a eternidade.
Todo mal no Universo provém de Satanás, o originador do mal. O que Deus faz, frequentemente, é reverter o mal em bem para nós. Assim, muitas vezes, Deus Se vale de uma doença (que ele permite, mas não causa) para nos conduzir de volta ao caminho da salvação ou para modelar nosso caráter. Curiosamente, de modo geral, aqueles que passam por uma dor encaram o problema de modo diferente daqueles que apenas observar quem sofre. Os mais revoltados com Deus por causa da existência do sofrimento são aqueles que apenas “filosofam” sobre o assunto. Não fosse assim, países pobres como os da África teriam multidões de ateus, enquanto países desenvolvidos da Europa seriam majoritariamente crentes. Mas a realidade é justamente o oposto disso.
Jesus suou sangue não por desconfiar do cuidado de Deus e por Se preocupar com o dia de amanhã. Ele passou por essa pressão imensa porque levou sobre Si nossos pecados. Não podemos comparar o que Ele experimentou com aquilo que nós experimentamos. Jesus não nos daria um conselho que Ele mesmo não vivesse. A agonia do Getsêmani e da cruz é algo singular experimentado por um Deus-homem que assumiu a culpa dos pecadores. E é justamente pelo que Jesus conquistou na cruz que podemos ter ainda mais certeza de que Deus nos ama e tem em vista o nosso bem – por isso podemos confiar nEle e descansar quanto ao futuro.
Quanto aos milagres, sem dúvida eles também acontecem na vida dos que não creem. A concepção e o nascimento são milagres. O nascer e o pôr do sol (na verdade, a rotação sincrônica da Terra) são milagres. A manutenção da proporção dos gases atmosféricos respiráveis – outro milagre. O funcionamento e a existência do Universo – tremendo milagre! Isso mostra a misericórdia de um Deus que manda chuva e sol sobre crentes e não crentes, sobre justos e injustos (Mateus 5:45). Deus nos mantém vivos e nos convida a uma vida de comunhão com Ele.
Mas quer saber qual é, para mim, o maior milagre? Uma vida transformada por Deus. Um ser impuro tornado puro. A índole má transformada num temperamento manso e submisso à vontade de Deus. Isso é milagre! Já vi curas e coisas maravilhosas que não poderiam ser explicadas de outra maneira senão pelo poder sobrenatural de Deus, mas isso não chega perto dos milagres que presenciei na vida de seres humanos que se deixaram transformar por Deus.
Finalmente, o livre-arbítrio. Creio que temos a liberdade de escolher entre a vida eterna e a morte eterna – e agradeço a Deus porque minhas escolhas se limitam a dois caminhos, senão, como ser humano limitado que sou e com tendência a más escolhas, eu me perderia na confusão, caso houvesse mais opções. Essas são as duas grandes escolhas que todo ser humano tem que confrontar. Mas há também as pequenas escolhas diárias que acabam afetando em alguma medida as grandes escolhas. Exemplo: Quem namorar? Com quem casar? Que amizades cultivar? No que trabalhar? Que faculdade cursar? O que comer? O que assistir na TV? Que músicas escutar? Etc. São decisões menores que acabam afetando as maiores, na medida em que nos aproximam ou afastam de Deus. E é Deus, o Espírito Santo, que nos influencia para as boas decisões, se nos mantemos próximos dEle por meio da oração, do estudo da Bíblia e do cultivo de bons hábitos de vida e de pensamento.
Mesmo em meio às nossas dúvidas e incertezas, temos que responder como Pedro: “Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna” (João 6:68). Se abandonarmos a Deus, para onde iremos? Temos que confiar nEle, pelas provas que Ele já deu de que nos ama e está nos conduzindo – com a nossa permissão – para a vida eterna. Lá todas as nossas dúvidas serão esclarecidas e nosso sofrimento terá fim.
Mas temos que chegar lá...
(Michelson Borges, jornalista e mestre em Teologia)

Tem horas que não tiro a razão de alguns ateus...

"Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos" (Mateus 24:24)

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

“Não frequento [a IASD] há muito tempo”


Luana Piovani afirmou ao Jornal da Tarde desta segunda-feira (18) que aceitaria posar nua caso recebesse um bom cachê. “Eu aceitaria, claro. Inclusive já falei isso para a Playboy. Se eles tivessem fazendo poupança desde o primeiro dia que me convidaram e me oferecessem uma grana boa, já teria posado”, afirmou. A atriz preferiu não citar valores do cachê que gostaria de receber. “Eu não sei [um valor]. Mas teria de ser muito mais do que já me ofereceram”, disse. Ela também falou sobre Dado Dolabella, com quem namorou até outubro de 2008 e rompeu após sofrer uma agressão física e processá-lo. Luana disse que o assunto é “coisa do passado”. “O episódio com Dado Dolabella ficou pra trás. Só que, toda hora, as pessoas tocam no assunto [da agressão]. E eu não tenho vergonha de falar.” Luana também falou sobre sua religiosidade. “Minha avó era evangélica, minha mãe é evangélica e eu sou evangélica. Somos da Igreja Adventista. Não frequento há muito tempo porque tenho uma vida corrida.”

(Quem)

Nota: “Que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” (Marcos 8:36). Quando a fama acaba e o dinheiro se mostra incapaz de satisfazer as necessidades da alma, o que fazer? Para onde correr? Espero e oro para que Luana tenha tempo de correr para Aquele – o único – que pode lhe trazer paz e esperança. Como ela, há muitos por aí cuja “vida corrida” impede de se voltar para Deus e Sua igreja. Estão trocando ouro por bijuteria. Para esses corredores fujões, Deus diz: “Aquietai e sabei que Eu sou Deus” (Salmo 46:10).[MB]

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Ele desceu para nos resgatar


Fiquei emocionado ao assistir à descida do primeiro resgatista que foi se unir ao grupo dos 33 mineiros aprisionados por mais de dois meses a 622 metros sob a terra, numa mina de ouro e cobre no Chile. O homem recebeu um abraço do presidente Sebastián Piñera, entrou na capsula Fênix 2 e começou a descer pelo túnel de 50 cm de diâmetro escavado na rocha. Atitude de muita coragem, não resta dúvida. Depois de 17 minutos de descida, ele se encontrou com o grupo, abraçou cada um e lhes deu orientações quanto ao resgate. O primeiro a subir na capsula foi o mineiro Florêncio Ávalos. A chegada dele à superfície também foi marcada por muita emoção, especialmente por parte da esposa Mónica e do filho Byron, ali presentes. O resgate dos demais mineiros prosseguiu por várias horas.

Essas cenas me fizeram pensar na missão do Filho de Deus, que também desceu ao abismo deste mundo de pecado para resgatar os perdidos. Quando chegou aqui, abraçou os seres humanos e lhes deu a esperança de que o “soterramento” não é definitivo. Um “túnel” foi aberto entre o Céu e a Terra e o Mestre Jesus nos deu instruções suficientes para subir em segurança. Mais do que isso: com 33 anos de idade, Ele mesmo entregou a vida para salvar a nossa.

À semelhança do resgatista chileno, Jesus desceu a este mundo para nos dar esperança e direção. Um pastor adventista enviou 33 Bíblias de presente aos mineiros. Deus tomou providências para que Sua Palavra fosse espalhada pelo planeta. Resta ao ser humano aproveitar o tempo que ainda tem neste mundo, estudar as instruções divinas e se preparar para ser “içado” ao Céu. O caminho já foi aberto. A “cápsula” de resgate está à disposição. Permanecer no buraco é, no mínimo, insanidade.

Quando saiu da cápsula, Ávalos recebeu um abraço do presidente de seu país, tudo captado pelas câmeras dos meios de comunicação e pelos olhos atentos de mais de mil jornalistas. Quando chegarmos ao Céu, receberemos um abraço do Senhor do Universo, sob os olhos atentos e emocionados de uma multidão de testemunhas que hoje acompanham nosso drama, um triste "espetáculo ao universo" (1Co 4:9).

domingo, 10 de outubro de 2010

Pacto ecumênico propõe domingo como dia de descanso


A frase do Êxodo 23: 3 – “Não favorecerás nem mesmo a um pobre no processo” – é o título de um relatório apresentado na quinta-feira no Parlamento Europeu pelas principais igrejas europeias e suas organizações. O relatório é resultado de um acordo entre as principais entidades cristãs do continente para se unir na luta contra a pobreza. O texto contém 14 recomendações políticas dirigidas à União Europeia, com a finalidade de reduzir radicalmente a pobreza na Europa. Foi apresentado durante uma conferência convocada pelo presidente do Parlamento Europeu, Jerzy Buzek, que contou com 150 participantes.

A primeira recomendação é implementar “uma nova cláusula social no Tratado da União Europeia” com a finalidade de “garantir as condições necessárias a cada ser humano para que possa viver harmoniosamente com sua dignidade humana”. Em sua segunda proposta, os líderes cristãos sugerem que o presidente do Conselho Europeu reflita em seus relatórios sobre a aplicação da cláusula social. Propõe também que a Agência da União Europeia para os Direitos Fundamentais centre seu programa de trabalho em aspectos relacionados com o capítulo IV (Solidariedade) da Carta de Direitos Fundamentais da UE.

Outras recomendações se referem ao desenvolvimento de um sistema de salário mínimo de sobrevivência para todos, adoção de uma visão de longo prazo para enfrentar o problema das pessoas sem teto, promoção de um consumo alternativo baseado na moderação e na generosidade.

As igrejas e entidades caritativas destacam a necessidade de apoiar as famílias em risco de pobreza, especialmente aquelas que têm três ou mais filhos. Recomendam proteger o domingo como um dia coletivo de descanso para a sociedade, com a finalidade de proteger a saúde dos trabalhadores e como uma premissa para uma sociedade mais participativa.

A futura Plataforma Europeia contra a pobreza – destacam os líderes cristãos – deveria envolver ativamente representantes da sociedade civil e das igrejas, incluindo os provedores confessionais de serviços.

A última sugestão propõe investir na proteção de quem vive na pobreza com o objetivo de reduzir seu número.

(Zenit)

Nota: As motivações são nobres, mas o coletivismo levado às últimas consequências pode criar dificuldades para certas minorias que acabarão sendo vistas como “pedra no sapato” por, aparentemente, estarem contra a manutenção da paz e da justiça. Esse filme já foi visto antes da história e será repetido no fim do tempo. O que está acontecendo na Europa é apenas o ensaio de uma crise maior. Quem viver verá. (E se quiser saber antecipadamente o que vai acontecer em breve, leia o livro O Grande Conflito, de Ellen White. Está tudo lá.)[MB]

Candidatos camaleônicos buscam a Deus como “aliado”


Deu na revista Época desta semana: “A religião não é um tema estranho às campanhas políticas no Brasil. A cada par de eleições, o assunto emerge da vida privada e chega aos debates eleitorais em favor de um ou outro candidato, contra ou a favor de determinado partido. Em 1985, o então senador Fernando Henrique Cardoso perdeu uma eleição para prefeito de São Paulo depois de um debate na televisão em que não respondeu com clareza quando lhe perguntaram se acreditava em Deus. Seu adversário, Jânio Quadros, reverteu a seu favor uma eleição que parecia perdida. Quatro anos depois, na campanha presidencial que opôs Fernando Collor de Mello a Lula no segundo turno, a ligação do PT com a Igreja Católica, somada a seu discurso de cores socialistas, fez com que as lideranças evangélicas passassem a recomendar o voto em Collor – que, como todos sabem, acabou vencendo a eleição. Esses dois episódios bastariam para deixar escaldado qualquer candidato a um cargo majoritário no país. Diante de questões como a fé em Deus, a posição diante da legalização do aborto ou a eutanásia, ou o casamento gay, o candidato precisa se preparar não apenas para dizer o que pensa e o que fará em relação ao assunto se eleito – mas também para o efeito que suas palavras podem ter diante dos eleitores religiosos. Menosprezar esse efeito foi um dos erros cometidos pela campanha da candidata Dilma Rousseff, do PT. Nos últimos dias antes da eleição, grupos de católicos e evangélicos se mobilizaram contra sua candidatura por causa de várias declarações dela em defesa da legalização do aborto. Numa sabatina promovida pelo jornal Folha de S. Paulo, em 2007, Dilma dissera: ‘Olha, eu acho que tem de haver a descriminalização do aborto.’ Em 2009, questionada sobre o tema em entrevista à revista Marie Claire, ela afirmou: ‘Abortar não é fácil pra mulher alguma. Duvido que alguém se sinta confortável em fazer um aborto. Agora, isso não pode ser justificativa para que não haja a legalização. O aborto é uma questão de saúde pública.’ Finalmente, em sua primeira entrevista como candidata, concedida a Época em fevereiro passado, Dilma disse: ‘Sou a favor de que haja uma política que trate o aborto como uma questão de saúde pública. As mulheres que não têm acesso a uma clínica particular e moram na periferia tomam uma porção de chá, usam aquelas agulhas de tricô, se submetem a uma violência inimaginável. Por isso, sou a favor de uma política de saúde pública para o aborto.’

“Tais declarações forneceram munição para uma campanha contra Dilma que começou nas igrejas, agigantou-se na internet e emergiu nos jornais e na televisão às vésperas do primeiro turno. Foi como se um imperceptível rio de opinião subterrâneo se movesse contra Dilma. Esse rio tirou milhões de votos dela e os lançou na praia de Marina Silva, a candidata evangélica do PV. Segundo pesquisas feitas pela campanha de Marina, aqueles que desistiram de votar em Dilma na reta final do primeiro turno – sobretudo evangélicos – equivaleriam a 1% dos votos válidos. Embora pequeno, foi um porcentual que ajudou a empurrar a eleição para o segundo turno, entre Dilma e o candidato José Serra, do PSDB. Mais que isso, a discussão sobre a fé e o aborto se tornou um dos temas centrais na campanha eleitoral.

“A polêmica religiosa deu à oposição a oportunidade de tomar a iniciativa na campanha política, pôs Dilma e o PT na defensiva e redefiniu o segundo turno. Na sexta-feira, quando foram ao ar as primeiras peças de propaganda eleitoral gratuita, o uso da carta religiosa ficou claro. Dilma agradeceu a Deus, se declarou ‘a favor da vida’ e disse que é vítima de uma ‘campanha de calúnias’, como ocorreu com Lula no passado. O programa mencionou a existência de ‘uma corrente do mal na internet’ contra ela. Serra se apresentou como temente a Deus, defensor da vida e inimigo do aborto (apesar de seu partido, o PSDB, ter apresentado nos anos 90 um projeto de legalização do aborto no Senado). Pôs seis grávidas em cena e prometeu programas federais para ‘cuidar dos bebês mesmo antes que eles nasçam’.

“Agora, atônito, o mundo político discute que tipo de efeito a discussão sobre valores religiosos terá sobre a votação de 31 de outubro. E como ela afetará o Brasil no futuro. Tradicionalmente, o cenário político brasileiro tem sido dominado por temas de fundo econômico – como inflação, desemprego, previdência e salário mínimo – ou social – como pobreza, segurança, educação e saúde. Mas a elevação do padrão de vida dos pobres e a superação das necessidades elementares de sobrevivência podem ter começado a abrir espaço para aquilo que, em democracias mais maduras, é conhecido como ‘agenda de valores’. Ela reúne temas como fé, aborto, eutanásia, ensino religioso, casamento entre homossexuais ou pesquisas com manipulação genética. ‘Ninguém mais vai se eleger para um cargo executivo facilmente com um programa que prevê a legalização do aborto’, afirma Ary Oro, estudioso de religião e política da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. ‘É impossível ignorar a força numérica, demográfica e eleitoral da religião.’”

Nota: Por mais que queiram limitar a discussão sobre o aborto à esfera religiosa, como bem demonstrou o jornalista Nilson Lage, o assunto vai além disso. Não é preciso ser religioso para ser contra a liberação da matança indiscriminada praticada por pessoas que só se preocupam em “gozar a vida” (para outras situações extremas, como risco de vida para a mãe e o bebê, a lei já dá conta do recado). Chama atenção, também, a postura camaleônica dos dois candidatos à presidência. Para agradar a ala evangélica que, segundo dizem, garantiu um segundo turno inesperado, de repente, Dilma e Serra passam a se referir mais amiúde a Deus e à fé. O candidato do PSDB, seguidor de mapa astral, agora é cristão devoto. Dilma idem. Como bem disse um amigo meu, se houvesse uma eleição por mês, em pouco tempo todos os candidatos se tornariam cristãos. Esse oportunismo que segue a onda da opinião pública é objetável. Preferiria votar num(a) candidato(a) que assumisse sua posição com firmeza e defendesse o que considera correto, a despeito das opiniões em contrário. Afinal, como escreveu Ellen White, “a maior necessidade do mundo é a de homens; homens que não se comprem nem se vendam; homens que no íntimo da alma sejam verdadeiros e honestos; homens que não temam chamar o pecado pelo seu nome exato; homens cuja consciência seja tão fiel ao dever como a bússola o é ao pólo; homens que permaneçam firmes pelo que é reto, ainda que caiam os céus” (Educação, p. 57).[MB]

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Vai ter com a abelha


O que podemos aprender com as abelhas? Elas praticam uma espécie de democracia de consenso semelhante ao que acontece em uma reunião municipal do estado de Nova Inglaterra (EUA), de acordo com Thomas D. Seeley, autor de Honeybee Democracy (A Democracia das Abelhas). Um grupo chega a uma decisão após considerar as opções e trabalhar em um processo de eliminação. As abelhas precisam tomar uma decisão de vida ou morte: onde deve ser estabelecida a nova colmeia. Escolher um local exposto demais, muito pequeno ou próximo demais ao chão pode ser fatal. Nem sempre os enxames tomam a decisão correta, mas o fazem na maioria das vezes, com 10 mil ou mais abelhas, seguindo os avisos e sinais de algumas centenas de líderes para se restabelecer em um novo local a cada primavera. No caminho, eles têm que ter certeza de que a rainha – mais gorda e mais lenta do que as demais abelhas e mais propensa a ter uma parada de descanso – não está perdida.

O Dr. Seeley, professor e diretor do departamento de Neurobiologia e Comportamento da Universidade de Cornell, apresenta notável argumentação ao comparar a administração e organização das abelhas com a dos seres humanos, mas eu não podia deixar de suspeitar que ele tenha sido influenciado por seu editor. Atualmente, abelhas e formigas são consideradas por muitos um modelo de administração de escolhas, e livros como The Swarm Smart (A Dor do Formigueiro), de Peter Miller, editor-chefe da National Geographic, são bastante admirados no mundo dos negócios. Mas como o próprio Dr. Seeley reconhece, a democracia exige um consenso por parte do eleitorado. E quantas vezes temos isso na vida real? [Leia mais]

Nota: Sociedades complexas como a das abelhas não sobreviveriam sem os instintos de grupo que lhes são próprios. É o tipo de comportamento que deveria funcionar bem desde o início, caso contrário, não haveria abelhas hoje para “contar a história”. O livro bíblico de Provérbios recomenda: “Vai ter com a formiga, ó preguiçoso; olha para os seus caminhos e sê sábio” (6:6). Vale a pena, também, ter com as abelhas para aprender regras sociais e descobrir que elas revelam muito design inteligente, pois são obra do Criador.[MB]