terça-feira, 23 de novembro de 2010

Estudo liga consumo de energéticos a uso de álcool

Agência Fapesp, 17.11.2010.Uma nova pesquisa, feita nos Estados Unidos, verificou uma importante associação entre o consumo de bebidas energéticas e o risco de desenvolver alcoolismo.O estudo, que será publicado na edição de fevereiro da revista Alcoholism: Clinical & Experimental Research, avaliou dados de mais de 1 mil estudantes universitários, dos quais 10,1% disseram ingerir energéticos pelo menos uma vez por semana.Segundo o trabalho, aqueles com elevado consumo de energéticos (52 vezes ou mais por ano) apresentaram risco significativamente maior de desenvolver dependência de bebidas alcoólicas e se embebedavam mais e mais cedo (com relação à idade) do que os demais.O estudo destaca que os energéticos contêm bastante cafeína e podem levar ao desenvolvimento de outros problemas, além da perda de sono. Segundo o trabalho, uma importante preocupação é que a mistura de energéticos com bebidas alcoólicas pode levar a um estado de “embriaguez desperta”, na qual a cafeína mascara a sensação de embriaguez sem reduzir os prejuízos causados pelo estado.O resultado é que o usuário se sente menos bêbado do que realmente está, o que pode levar a consumir quantidades ainda maiores de bebida. “Os resultados reforçam a necessidade de maiores investigações a respeito dos possíveis efeitos negativos para a saúde das bebidas energéticas e dos riscos de seu consumo misturado com o álcool”, destacaram os autores.“A cafeína não se opõe ou cancela os prejuízos associados com a embriaguez, ela apenas disfarça os marcadores mais óbvios desse estado. O fato de que não há regulação a respeito da quantidade de cafeína nas bebidas energéticas é desconcertante”, disse Amelia Arria, da Universidade de Maryland, um dos autores da pesquisa.O artigo Energy drink consumption and increased risk for alcohol dependence (doi: 10.1111/j.1530-0277.2010.01352.x) pode ser lido em breve em www.interscience.wiley.com/jpages/0145-6008.Nota: Este é o tipo de pesquisa ou de resultado científico que boa parte da mídia, comprometida com patrocínio de empresas de bebidas alcoólicas ou energéticas, não tem interesse em dar ampla divulgação. Interessante que a pesquisadora menciona, também, que a cafeína não cancela os prejuízos associados com a embriaguez, ,mas apenas disfarça os efeitos. Palavras científicas que, neste caso, não terão amplificação. Outras, por conveniência, muito provavelmente. Mas fica o alerta que a Bíblia já fazia, há mais de um milênio, em escritos como de Provérbios onde diz que a bebida forte é alvoroçadora e quem por ela é vencido, não é sábio.

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